sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Curiosidades sobre os deslizamentos de encostas


Desastre x Fenômeno

Nos dias atuais, os deslizamentos de encostas ocorrem corriqueiramente, e de acordo com diversos fatores tornam proporções desastrosas. Mas necessariamente o deslizamento de encosta é um desastre natural?

O deslizamento de encosta é um processo de dinâmica natural da transformação e formação da crosta terrestre que envolve o desprendimento e transporte do solo encosta abaixo. Sendo assim, ele não é necessariamente um desastre e sim um fenômeno. Mas, o que contribui para o deslizamento de encosta se tornar um fenômeno desastroso?

As encostas são locais inapropriados para a ocupação humana, porém, por falta de alternativa mesmo sendo inapropriada a ocupação humana em tais locais se concretiza. Mas o problema de tudo isso, é que quando ocorre um deslizamento de encosta os resultados se tornam desastrosos, pois, tem-se um alto índice de perdas de casas, carros, e diversos bem materiais, além de um alto índice de morte (figura 1.0). Sendo assim, a ação humana interfere decisivamente no agravamento destes movimentos.

Figura 1.0 - Distribuição anual do número de mortes por escorregamentos no Brasil no período de 1988 a 2008. Fonte: IPT, 2009.

Risco de deslizamento

Como os deslizamentos de encostas são bem acentuados no Nordeste, Sul e Sudeste do país, é importante ressaltar o que pode ser detectado como “sinais”, que identifica o risco de deslizamento. De tal modo podemos apontar:
- Depressões no terreno;
- Rachaduras nas casas;
- Inclinação anormal de árvores;
- Surgimento de minas d’água.


Vegetação nas encostas

As barreiras das encostas devem ser constituídas de vegetação para de tal maneira evitar ao máximo o deslizamento. Se tais barreiras forem protegidas com vegetação que tenham raízes compridas, a terra vai ficar mais firme evitando a ocorrência de tal fenômeno; as gramas e capins também auxiliam na sustentação da terra. Porém, é importante tomar cuidado com as plantas que são de raízes curtas, como a bananeira por exemplo. Plantas como essa, auxiliam na ocorrência do fenômeno, fazendo com que o solo fique sem fixação. Assim como a vegetação pode ser “aliada”, ela também poder ser uma grande “vilã”, fazendo com que a terra seja levada facilmente pela água da chuva ou não.




Fruteiras, plantas medicinais e de jardins
Plantas que evitam o deslizamento
Plantas que auxiliam o deslizamento
Goiaba
Mamão
Pitanga
Fruta pão
Carambola
Jambo
Urucum
Coco
Jasmin
Banana
Boldo
Jaca

OBS: Algumas plantas que auxiliam e evitam o deslizamento. É importante ressaltar que árvores grandes em geral devem ser evitadas nas encostas, pois acumulam água no solo e provocam quedas de barreiras.

Tipos de deslizamentos

- Rotacionais ou circulares: Os deslizamentos rotacionais caracterizam-se por uma superfície de ruptura curva ao longo da qual se dá um movimento rotacional do maciço de solo (Figura 1.1).

Figura 1.1 - (a) Esquema de escorregamento rotacional. Fonte: Lopes (2006). (b) Escorregamento rotacional em Jaraguá do Sul, SC, dez.2008. Fonte: Acervo IG.

A ocorrência destes movimentos está associada geralmente à existência de solos espessos e homogêneos, como os decorrentes da alteração de rochas argilosas. O início do movimento muitas vezes é provocado pela execução de cortes na base destes materiais, como na implantação de uma estrada, ou para construção de edificações, ou ainda pela erosão fluvial no sopé da vertente (Fernandes & Amaral, 1996).

- Translacionais ou planares: Os deslizamentos translacionais, em geral, ocorrem durante ou logo após períodos de chuvas intensas. É comum que a superfície de ruptura coincida com a interface solo-rocha, a qual representa uma importante descontinuidade mecânica e hidrológica. A ação da água nestes movimentos é mais superficial e as rupturas ocorrem em curto espaço de tempo, devido ao rápido aumento da umidade durante eventos pluviométricos de alta intensidade (Fernandes & Amaral, 1996).

Os escorregamentos translacionais podem ser divididos em: solos, rochas e solos e rochas.

- Em cunha: Os deslizamentos em cunha têm ocorrência mais restrita às regiões que apresentam um relevo fortemente controlado por estruturas geológicas. São associados aos maciços rochosos pouco ou muito alterados, nos quais a existência de duas estruturas planares, desfavoráveis à estabilidade, condiciona o deslocamento de um prisma ao longo do eixo de intersecção destes planos. Ocorrem principalmente em taludes de corte ou em encostas que sofreram algum tipo de desconfinamento, natural ou antrópico (Infanti Jr. & Fornasari Filho, 1998) (Figuras 2.4 e 2.5).

Referências

FERNANDES, N. F. & AMARAL, C. P. 1996. Movimentos de massa: uma abordagem geológica geo morfológica. In: GUERRA, A. J. T. e CUNHA, S. B. (org) Geomorfologia e Meio Ambiente. Bertrand, Rio de Janeiro. p. 123-194.








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