segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Terraceamento

O terraceamento foi uma hipótese pensada por nós que pode ajudar a prevenir os deslizamentos. Apesar de ter um custo um pouco elevado,  pode durar a longo prazo. Na realidade, o terraceamento é uma prática de cunho agrícola, mas que pode ser adaptada à causa dos deslizamentos. Consiste em dividir um declive comprido em outros menores, formando espécies de terraços. Por diminuir a influência da força e vazão da água no solo, essa técnica é usada para diminuir os efeitos causados pela erosão hídrica, que acaba por prejudicar a terra deixando-a esburacada e infértil.
            O uso do terraceamento depende muito da finalidade do mesmo. Existem tipos de terraceamentos que são usados para reter água e deixá-la infiltrando no solo, enquanto outros são usados para escoar o excesso de água na terra. O tipo do terraço também varia de acordo com a declividade do terreno e o tipo de solo do local, e a permeabilidade do mesmo. 
Exemplo de Terraceamento

Quanto à função, podemos dividir os tipos de terraceamentos em dois: terraço em nível e terraço em desnível. O terraço em nível é indicado para culturas agrícolas que precisam de retenção de água, em regiões com poucas precipitações e em solo de declividade de 12% (porcentagem essa calculada pela razão da altura do declive sobre a distância do declive multiplicada por cem). O terraço em desnível, o que nos interessa, tem a finalidade de escoar a água, só podendo ser feito em solos pouco permeáveis e em um terreno de declividade de 20%. Este terraço apresenta um declive suave, com uma das suas extremidades abertas, que conduz a água para algum sistema de escoamento a prova de erosão. (EBAH.COM.BR, 2011)
            Dos tipos de terraços que realiza a drenagem do solo, podemos destacar o terraço comum que é o tipo mais usado. Constitui em uma junção de um canal com camalhão, que desvia o curso da água da chuva de maneira um pouco mais lenta, evitando a erosão do solo. Usado em declives de 20% de inclinação, deve ser usado em conjunto com vegetação, de preferência vetiver, uma planta que possui raízes de 6 metros de profundidade, o que ajuda muito a combater o processo erosivo. A vegetação também ajuda a minimizar o impacto da chuva sobre o solo, aumentando a sua eficácia e diminuindo o risco de erosão. 
Terraço Comum;

Para construir um terraço, devem-se levar em consideração vários fatores, em relação ao terreno. O sistema deve estar em um local protegido de quantidades de água indesejadas, em lugares indesejados do terraço e deve ter um dimensionamento correto, ou então o terraço pode vir a ruir. Além disso, deve-se estar ciente de que a base do sistema de terraceamento é igualmente proporcional ao nível de declividade. Quanto maior a declividade, mais estreita a base, como apresentado na tabela abaixo.  

Tabela  - Nível de declividade para cada base de terraço



Pensando na melhor atuação do sistema de terraceamentos na prevenção de escorregamentos de encostas, algumas espécies vegetais, como gramas e capins que ajudam na sustentação da terra, são cultivadas. Geralmente, as espécies adequadas para a cultura em terraços são aquelas que possuem longas raízes, para que o solo superficial tenha uma melhor fixação. Saber qual a planta correta a se cultivar nessas áreas é de extrema importância, já que, da mesma maneira que elas ajudam a evitar o deslizamento, as mesmas – de espécies inadequadas – podem agravar ainda mais o problema.





Calhas de garrafas pet



Vegetação anti-deslizamento

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Confeccionando maquetes





Curiosidades sobre os deslizamentos de encostas


Desastre x Fenômeno

Nos dias atuais, os deslizamentos de encostas ocorrem corriqueiramente, e de acordo com diversos fatores tornam proporções desastrosas. Mas necessariamente o deslizamento de encosta é um desastre natural?

O deslizamento de encosta é um processo de dinâmica natural da transformação e formação da crosta terrestre que envolve o desprendimento e transporte do solo encosta abaixo. Sendo assim, ele não é necessariamente um desastre e sim um fenômeno. Mas, o que contribui para o deslizamento de encosta se tornar um fenômeno desastroso?

As encostas são locais inapropriados para a ocupação humana, porém, por falta de alternativa mesmo sendo inapropriada a ocupação humana em tais locais se concretiza. Mas o problema de tudo isso, é que quando ocorre um deslizamento de encosta os resultados se tornam desastrosos, pois, tem-se um alto índice de perdas de casas, carros, e diversos bem materiais, além de um alto índice de morte (figura 1.0). Sendo assim, a ação humana interfere decisivamente no agravamento destes movimentos.

Figura 1.0 - Distribuição anual do número de mortes por escorregamentos no Brasil no período de 1988 a 2008. Fonte: IPT, 2009.

Risco de deslizamento

Como os deslizamentos de encostas são bem acentuados no Nordeste, Sul e Sudeste do país, é importante ressaltar o que pode ser detectado como “sinais”, que identifica o risco de deslizamento. De tal modo podemos apontar:
- Depressões no terreno;
- Rachaduras nas casas;
- Inclinação anormal de árvores;
- Surgimento de minas d’água.


Vegetação nas encostas

As barreiras das encostas devem ser constituídas de vegetação para de tal maneira evitar ao máximo o deslizamento. Se tais barreiras forem protegidas com vegetação que tenham raízes compridas, a terra vai ficar mais firme evitando a ocorrência de tal fenômeno; as gramas e capins também auxiliam na sustentação da terra. Porém, é importante tomar cuidado com as plantas que são de raízes curtas, como a bananeira por exemplo. Plantas como essa, auxiliam na ocorrência do fenômeno, fazendo com que o solo fique sem fixação. Assim como a vegetação pode ser “aliada”, ela também poder ser uma grande “vilã”, fazendo com que a terra seja levada facilmente pela água da chuva ou não.




Fruteiras, plantas medicinais e de jardins
Plantas que evitam o deslizamento
Plantas que auxiliam o deslizamento
Goiaba
Mamão
Pitanga
Fruta pão
Carambola
Jambo
Urucum
Coco
Jasmin
Banana
Boldo
Jaca

OBS: Algumas plantas que auxiliam e evitam o deslizamento. É importante ressaltar que árvores grandes em geral devem ser evitadas nas encostas, pois acumulam água no solo e provocam quedas de barreiras.

Tipos de deslizamentos

- Rotacionais ou circulares: Os deslizamentos rotacionais caracterizam-se por uma superfície de ruptura curva ao longo da qual se dá um movimento rotacional do maciço de solo (Figura 1.1).

Figura 1.1 - (a) Esquema de escorregamento rotacional. Fonte: Lopes (2006). (b) Escorregamento rotacional em Jaraguá do Sul, SC, dez.2008. Fonte: Acervo IG.

A ocorrência destes movimentos está associada geralmente à existência de solos espessos e homogêneos, como os decorrentes da alteração de rochas argilosas. O início do movimento muitas vezes é provocado pela execução de cortes na base destes materiais, como na implantação de uma estrada, ou para construção de edificações, ou ainda pela erosão fluvial no sopé da vertente (Fernandes & Amaral, 1996).

- Translacionais ou planares: Os deslizamentos translacionais, em geral, ocorrem durante ou logo após períodos de chuvas intensas. É comum que a superfície de ruptura coincida com a interface solo-rocha, a qual representa uma importante descontinuidade mecânica e hidrológica. A ação da água nestes movimentos é mais superficial e as rupturas ocorrem em curto espaço de tempo, devido ao rápido aumento da umidade durante eventos pluviométricos de alta intensidade (Fernandes & Amaral, 1996).

Os escorregamentos translacionais podem ser divididos em: solos, rochas e solos e rochas.

- Em cunha: Os deslizamentos em cunha têm ocorrência mais restrita às regiões que apresentam um relevo fortemente controlado por estruturas geológicas. São associados aos maciços rochosos pouco ou muito alterados, nos quais a existência de duas estruturas planares, desfavoráveis à estabilidade, condiciona o deslocamento de um prisma ao longo do eixo de intersecção destes planos. Ocorrem principalmente em taludes de corte ou em encostas que sofreram algum tipo de desconfinamento, natural ou antrópico (Infanti Jr. & Fornasari Filho, 1998) (Figuras 2.4 e 2.5).

Referências

FERNANDES, N. F. & AMARAL, C. P. 1996. Movimentos de massa: uma abordagem geológica geo morfológica. In: GUERRA, A. J. T. e CUNHA, S. B. (org) Geomorfologia e Meio Ambiente. Bertrand, Rio de Janeiro. p. 123-194.








quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Soluções viáveis para os deslizamentos de terra em massa




EIXO TEMÁTICO:



4-b: Soluções da Ciência e Tecnologia para a Mitigação das Mudanças Climáticas - Tecnologias Aplicadas na Prevenção de Desastres Naturais



QUAL O NOSSO PROBLEMA DE PESQUISA?



No Brasil, a predominância de deslizamento de terras em encostas, acompanhados de tragédias, é bastante acentuada nas regiões periféricas das grandes cidades. Esse fato que ocorre é um processo natural, devido aos elementos do meio físico e biótico que atua na dinâmica das vertentes, porém, existem alguns contribuintes para isso que devem ser levados em consideração, como as águas das chuvas que ocasionam a diminuição da resistência dos materiais de vertente.

O deslizamento de terra em regiões de encosta se dá devido à erosão do solo por decorrência de chuvas, porque esse volume de água deixa o solo encharcado e pesado, e, quando atinge o nível de saturação, em que o ponto crítico é alcançado, a terra e tudo o que sobre ela estiver, desmorona.



A ação humana em alguns casos contribui para o ocasionamento dos deslizamentos e processos correlatos, que na maioria das vezes ocorrem devido ao avanço urbano; já que as alternativas habitacionais para a população de baixa renda se encontram mínimas, tendo como única solução de moradia as encostas, sem o mínimo de planejamento para o uso do solo. Como resultado de tudo isso, tem-se graves acidentes com danos sociais e econômicos, além da alteração da paisagem e obstrução das vias.



As pessoas ao morarem em áreas de risco, ficam vulneráveis aos deslizamentos e colocam-se à mercê do acaso e nem a experiência adquirida com os deslizamentos anteriores, não os livra da exposição e das tragédias que um novo deslizamento pode provocar (FILHO e CORTEZ – 2008).



QUAIS OS OBJETIVOS OU HIPÓTESES A SEREM TESTADOS?



Sabendo que algumas causas do deslizamento de terra são a erosão do solo causada pela água das chuvas e pela fragilização desse mesmo solo que, por muitas vezes, tem a sua cobertura verde retirada, deixando esse solo exposto de forma mais agressiva à ação das mais variadas formas de intemperismo; e a inclinação brusca desse mesmo solo (Ɵ > 90º), a solução apresentada por nós é diminuir o volume de água a ser escoado (através da drenagem, no uso do sistema de calhas), diminuir a inclinação desse terreno (através do terraceamento), e recuperar a cobertura verde dessa encosta (através do cultivo de plantas que absorvam água e que tenham raízes fortes, para que se fixem ao solo, evitando assim a exposição excessiva do mesmo).



A drenagem é o processo de escoar água ou eliminar o excesso de água de uma área, que nesse caso, será aplicada à água da chuva. Este processo pode ser utilizado para retirar o acúmulo de água que causa inundações em áreas urbanas, provocando deslizamentos de terras; ou nas áreas rurais, onde o solo encharcado pode tornar áreas outrora produtivas, em impróprias para a agricultura.



Nas cidades a drenagem é feita pela rede pluvial, através de galerias subterrâneas que conduzem a água para rios, córregos ou represas, e em áreas agrícolas através de sistemas de canos perfurados, ou até feixes de bambu enterrados à profundidade que se deseja baixar o lençol freático a fim de tornar a área produtiva.



Já é de conhecimento geral o quanto o processo de drenagem é importante para detectar quando o solo está prestes a desabar, alertando sobre a forma do colapso. Através da drenagem evitamos que o solo fique muito encharcado, dificultando assim que o mesmo desabe.



As chuvas, quando em excesso, causam o acúmulo de água no solo, encharcando o mesmo e facilitando a ocorrência de deslizamentos de terra.



Como boa parte dessa chuva cai sobre as casas, telhados e tetos antes de atingirem o chão, torna-se possível e mais fácil a captação e o armazenamento dessa água, para que ela não chegue até o solo, o que evita que ela se infiltre no mesmo, salvando a área de um provável deslizamento, e captando esse recurso hídrico, dando-lhe uma utilidade.



O uso de calhas nos telhados e tetos das casas ajudaria nesse problema, já que a água não iria chegar ao solo, o que evitaria que ele ficasse encharcado e pesado ocasionando o deslizamento; e captaria a água para um posterior aproveitamento.



O terraceamento é uma técnica que é usada para diminuir a declividade de um terreno, e também para expandir a área desse terreno, no caso da agricultura. É muito eficaz para diminuir a erosão do solo, ainda mais se combinado com o cultivo de algum vegetal que absorva um volume considerável de água; evitando o ocasionamento de voçorocas (sulcos profundos resultantes da erosão), o que também é um fator contribuinte para a ocorrência dos deslizamentos, e usá-la em barrancos, ajudará a reduzir os riscos de desmoronamento.



Uma outra medida a ser tomada, é preservar as coberturas verdes dessas áreas de encostas, ou cultivá-las, porque ao cobrir a superfície das encostas, a vegetação cria uma espécie de cobertura natural que controla a ação erosiva da água proveniente das chuvas, ou seja, a ação da erosão pluvial. Em áreas de solo descoberto nas quais a água da chuva entra em contato, começam a acontecer “enxurradas” e a formação de voçorocas que, dependendo das condições do ambiente, podem tomar proporções perigosas e destruidoras.



DESCRIÇÃO DETALHADA DOS MÉTODOS E PROCEDIMENTOS QUE PRETENDEMOS UTILIZAR:



Os procedimentos que solucionariam o problema diagnosticado deverão se desenvolver em três etapas.



Na primeira etapa, será construído, com o auxílio da comunidade, um sistema com calhas feitas de garrafas PETs, (pelo baixo custo e pela vantagem de reciclar o lixo), para direcionar a água das chuvas que caem em telhados para um reservatório, onde ela poderá ser aproveitada.



Na segunda etapa, deverá acontecer o terraceamento da encosta, diminuindo a declividade do terreno e assim, a erosão efetivada sobre o mesmo; e haverá a implantação de um outro sistema de calhas para captar a água que cair sobre os “degraus”, para que essa água não se infiltre no solo também, deixando-o pesado, e ocasionando o desmoronamento.



Na terceira e última etapa, propomos a conscientização da população para que não joguem lixo nas encostas, e que preservem ou cultivem uma vegetação nesse solo, de espécies que tenham uma grande capacidade de absorção da água e raízes resistentes, (como o veltiver), o que auxiliaria na fixação do solo, além de formar uma barreira natural (sem ser as comuns barreiras de concreto que absorvem calor, formando ilhas térmicas na cidade), e protegendo o solo da exposição excessiva dos agentes do intemperismo.





Bibliografia:



AMARAL,Rosangela; SANTORO,Jair; TOMINAGA,Lidia Keiko. DESASTRES NATURAIS Conhecer para prevenir. Acesso em 12 de outubro de 2011



AZEVEDO, Antonio Carlos de; BOTELHO,Mauricio Ramos; DALMOLIN, Ricardo Simão Diniz; MENEZES, Fábio Pacheco; PEDRON, Fabrício de Araújo. LEVANTAMENTO E CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS EM ÁREAS URBANAS: IMPORTÂNCIA, LIMITAÇÕES E APLICAÇÕES. Acesso em 12 de outubro de 2011



KOBIYANA, Masato; MARCELINO, Emerson Vieira; NUNES, Lucí Hidalgo. BANCO DE DADOS DE DESASTRES NATURAIS: ANÁLISE DE DADOS GLOBAIS E REGIONAIS. Acesso em 12 de outubro de 2011



FILHO, Rosa Arthur; CORTEZ Caceres Tereza Ana. OS DESLIZAMENTOS DE ENCOSTAS NAS FAVELAS EM ÁREAS DE RISCO DA “SUÍÇA BRASILEIRA”: CAMPOS DO JORDÃO (SP). Acesso em 12 de outubro de 2011

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Subgrupos da Equipe Bazinga!

Maquete:

- Rafinha
- Raisa
- Rômulo
- Lucas
- Luciano
- Ueslei

Relatório Técnico/Plano de Pesquisa/Diário de Pesquisa:

- Mateus
- Tais
- Matheus
- Sérgio

Poster/Blog:

- Guilherme
- Tiago
- Suzane
- Larissa