quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Soluções viáveis para os deslizamentos de terra em massa




EIXO TEMÁTICO:



4-b: Soluções da Ciência e Tecnologia para a Mitigação das Mudanças Climáticas - Tecnologias Aplicadas na Prevenção de Desastres Naturais



QUAL O NOSSO PROBLEMA DE PESQUISA?



No Brasil, a predominância de deslizamento de terras em encostas, acompanhados de tragédias, é bastante acentuada nas regiões periféricas das grandes cidades. Esse fato que ocorre é um processo natural, devido aos elementos do meio físico e biótico que atua na dinâmica das vertentes, porém, existem alguns contribuintes para isso que devem ser levados em consideração, como as águas das chuvas que ocasionam a diminuição da resistência dos materiais de vertente.

O deslizamento de terra em regiões de encosta se dá devido à erosão do solo por decorrência de chuvas, porque esse volume de água deixa o solo encharcado e pesado, e, quando atinge o nível de saturação, em que o ponto crítico é alcançado, a terra e tudo o que sobre ela estiver, desmorona.



A ação humana em alguns casos contribui para o ocasionamento dos deslizamentos e processos correlatos, que na maioria das vezes ocorrem devido ao avanço urbano; já que as alternativas habitacionais para a população de baixa renda se encontram mínimas, tendo como única solução de moradia as encostas, sem o mínimo de planejamento para o uso do solo. Como resultado de tudo isso, tem-se graves acidentes com danos sociais e econômicos, além da alteração da paisagem e obstrução das vias.



As pessoas ao morarem em áreas de risco, ficam vulneráveis aos deslizamentos e colocam-se à mercê do acaso e nem a experiência adquirida com os deslizamentos anteriores, não os livra da exposição e das tragédias que um novo deslizamento pode provocar (FILHO e CORTEZ – 2008).



QUAIS OS OBJETIVOS OU HIPÓTESES A SEREM TESTADOS?



Sabendo que algumas causas do deslizamento de terra são a erosão do solo causada pela água das chuvas e pela fragilização desse mesmo solo que, por muitas vezes, tem a sua cobertura verde retirada, deixando esse solo exposto de forma mais agressiva à ação das mais variadas formas de intemperismo; e a inclinação brusca desse mesmo solo (Ɵ > 90º), a solução apresentada por nós é diminuir o volume de água a ser escoado (através da drenagem, no uso do sistema de calhas), diminuir a inclinação desse terreno (através do terraceamento), e recuperar a cobertura verde dessa encosta (através do cultivo de plantas que absorvam água e que tenham raízes fortes, para que se fixem ao solo, evitando assim a exposição excessiva do mesmo).



A drenagem é o processo de escoar água ou eliminar o excesso de água de uma área, que nesse caso, será aplicada à água da chuva. Este processo pode ser utilizado para retirar o acúmulo de água que causa inundações em áreas urbanas, provocando deslizamentos de terras; ou nas áreas rurais, onde o solo encharcado pode tornar áreas outrora produtivas, em impróprias para a agricultura.



Nas cidades a drenagem é feita pela rede pluvial, através de galerias subterrâneas que conduzem a água para rios, córregos ou represas, e em áreas agrícolas através de sistemas de canos perfurados, ou até feixes de bambu enterrados à profundidade que se deseja baixar o lençol freático a fim de tornar a área produtiva.



Já é de conhecimento geral o quanto o processo de drenagem é importante para detectar quando o solo está prestes a desabar, alertando sobre a forma do colapso. Através da drenagem evitamos que o solo fique muito encharcado, dificultando assim que o mesmo desabe.



As chuvas, quando em excesso, causam o acúmulo de água no solo, encharcando o mesmo e facilitando a ocorrência de deslizamentos de terra.



Como boa parte dessa chuva cai sobre as casas, telhados e tetos antes de atingirem o chão, torna-se possível e mais fácil a captação e o armazenamento dessa água, para que ela não chegue até o solo, o que evita que ela se infiltre no mesmo, salvando a área de um provável deslizamento, e captando esse recurso hídrico, dando-lhe uma utilidade.



O uso de calhas nos telhados e tetos das casas ajudaria nesse problema, já que a água não iria chegar ao solo, o que evitaria que ele ficasse encharcado e pesado ocasionando o deslizamento; e captaria a água para um posterior aproveitamento.



O terraceamento é uma técnica que é usada para diminuir a declividade de um terreno, e também para expandir a área desse terreno, no caso da agricultura. É muito eficaz para diminuir a erosão do solo, ainda mais se combinado com o cultivo de algum vegetal que absorva um volume considerável de água; evitando o ocasionamento de voçorocas (sulcos profundos resultantes da erosão), o que também é um fator contribuinte para a ocorrência dos deslizamentos, e usá-la em barrancos, ajudará a reduzir os riscos de desmoronamento.



Uma outra medida a ser tomada, é preservar as coberturas verdes dessas áreas de encostas, ou cultivá-las, porque ao cobrir a superfície das encostas, a vegetação cria uma espécie de cobertura natural que controla a ação erosiva da água proveniente das chuvas, ou seja, a ação da erosão pluvial. Em áreas de solo descoberto nas quais a água da chuva entra em contato, começam a acontecer “enxurradas” e a formação de voçorocas que, dependendo das condições do ambiente, podem tomar proporções perigosas e destruidoras.



DESCRIÇÃO DETALHADA DOS MÉTODOS E PROCEDIMENTOS QUE PRETENDEMOS UTILIZAR:



Os procedimentos que solucionariam o problema diagnosticado deverão se desenvolver em três etapas.



Na primeira etapa, será construído, com o auxílio da comunidade, um sistema com calhas feitas de garrafas PETs, (pelo baixo custo e pela vantagem de reciclar o lixo), para direcionar a água das chuvas que caem em telhados para um reservatório, onde ela poderá ser aproveitada.



Na segunda etapa, deverá acontecer o terraceamento da encosta, diminuindo a declividade do terreno e assim, a erosão efetivada sobre o mesmo; e haverá a implantação de um outro sistema de calhas para captar a água que cair sobre os “degraus”, para que essa água não se infiltre no solo também, deixando-o pesado, e ocasionando o desmoronamento.



Na terceira e última etapa, propomos a conscientização da população para que não joguem lixo nas encostas, e que preservem ou cultivem uma vegetação nesse solo, de espécies que tenham uma grande capacidade de absorção da água e raízes resistentes, (como o veltiver), o que auxiliaria na fixação do solo, além de formar uma barreira natural (sem ser as comuns barreiras de concreto que absorvem calor, formando ilhas térmicas na cidade), e protegendo o solo da exposição excessiva dos agentes do intemperismo.





Bibliografia:



AMARAL,Rosangela; SANTORO,Jair; TOMINAGA,Lidia Keiko. DESASTRES NATURAIS Conhecer para prevenir. Acesso em 12 de outubro de 2011



AZEVEDO, Antonio Carlos de; BOTELHO,Mauricio Ramos; DALMOLIN, Ricardo Simão Diniz; MENEZES, Fábio Pacheco; PEDRON, Fabrício de Araújo. LEVANTAMENTO E CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS EM ÁREAS URBANAS: IMPORTÂNCIA, LIMITAÇÕES E APLICAÇÕES. Acesso em 12 de outubro de 2011



KOBIYANA, Masato; MARCELINO, Emerson Vieira; NUNES, Lucí Hidalgo. BANCO DE DADOS DE DESASTRES NATURAIS: ANÁLISE DE DADOS GLOBAIS E REGIONAIS. Acesso em 12 de outubro de 2011



FILHO, Rosa Arthur; CORTEZ Caceres Tereza Ana. OS DESLIZAMENTOS DE ENCOSTAS NAS FAVELAS EM ÁREAS DE RISCO DA “SUÍÇA BRASILEIRA”: CAMPOS DO JORDÃO (SP). Acesso em 12 de outubro de 2011

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